Estou tecnicamente morto.
Sinto meu corpo tremer e um frio na garganta típicos de corpo degolado....isso já dura mais de dois segundos...vozes abissais ecoam em minha mente...os pobres...os poderosos...os ricos...
'NOVOS MEIOS
Rainha Elizabeth II vai transmitir tradicional mensagem de Natal no YouTube
Reuters'
'Café com o Presidente
Lula: pobres estão indo às compras neste Natal.'
'Cofre cheio
Comércio deve faturar R$ 43,2 bi neste fim de ano, no melhor resultado em 11 anos.'
...uma canção natalina ressoa no lugar de minhas lembranças de infância...droga! ...pensei que morrer fosse mais interessante...
...Anoiteceu, o sino gemeu...E a gente ficou feliz a rezarPapai noel, vê se você me dar....Eu pensei que todo mundoFosse filho de papai noel...A felicidade pra você me dar....Eu pensei que todo mundoFosse filho de papai noel...Vem assim, felicidade.
Eu pensei que fosse uma Brinacdeira de papel...Já faz tempo que eu pedi.
Mas o meu papai noel não vem.
Com certeza já morreu
Ou então, felicidade....É brinquedo não tem...
...papai-noel-pobre-frankstein-de-veludo-vermelho...impossível não travar uma luta-mental no ringue-cortex-cerebral, e receber um upper cut no coração, quando estou falando do natal que nós criamos e franksteinniamos...
...conta tia...conta aquela estória...aquela canção de ninar...
Natal é tempo de gravidez.
Gravidez de esperança pelo novo que vem em forma de menino, humano e indefeso, nascido de mulher.
E é a esse mistério tão singelo e despretensioso, mistério pelo qual o mundo é mundo e a cadeia da humanidade segue adiante por séculos e milênios que a fé cristã atribui a salvação do mundo. É nesse mistério de esperança frágil e desprotegida, exposta a todas as intempéries, que a revelação afirma que chegou a plenitude dos tempos.
O que acontece no ventre de Maria e que aconteceu, acontecia, acontecera e acontecerá nas entranhas de todas as Marias, Ednas, Joanas, Cristinas e Anas que povoaram, povoam e povoarão a terra é o atestado de que a esperança é o que move o mundo e quando parece já não haver mais nada a esperar, a convicção de que em algum lugar, em alguma parte, uma mulher grávida dará à luz um filho.
E a esperança recomeçará a brotar da aparente esterilidade que ameaça assolar e ressecar a face da terra.
O Natal, portanto, é tempo de gravidez e gestação.
Neste menino pequeno e recém-nascido ao frio e ao calor, à fome e à sede, à saciedade e ao carinho, à dor e à alegria se encarnou a Palavra que vinha germinando nos sulcos do mundo, nas veias da história, e nas entranhas maternais de todo instante, desde o começo dos tempos. Quando o Pai contraiu suas entranhas paterno-maternais para dar lugar ao que não era divino e criar o cosmos, já a esperança habitou o fundo da terra, anunciando o desejado dia em que a criação voltaria a ser semelhante ao criador do qual era imagem.
Na plenitude dos tempos, desde as entranhas da terra e da humanidade, nasceu Jesus, do ventre de Maria de Nazaré.
Não desceu do alto, dos espaços siderais em algum vôo de emergência. Brotou de baixo, do humano, da carne vulnerável e mortal.
Deus se fez carne em Jesus de Nazaré, herdando em seu peito o sangue e o pranto, as alegrias e os desejos das gerações humanas que o haviam precedido e todos os futuros e mistérios desconhecidos e desejados.
Este é o mistério que hoje celebramos.
A justiça e a paz vêm de baixo e vêm dos que estão abaixo.
Se a nossa justiça não abarcar esses que estão abaixo e à margem das benesses do progresso e da sociedade em que vivemos, será como a palha que queima e se transforma em cinza.
Olhar para baixo: esta é a diretriz que nos é dada neste Natal, assim como em todos.
Portanto, que não se abra a terra para semear minas que explodirão vidas humanas em mil pedaços.
Que não se abra tampouco a terra para enterrar os cadáveres dos justos e o pranto das viúvas e dos órfãos.
Que não se abra jamais para fazer desaparecer os torturados, plantar as sementes envenenadas da cobiça e sepultar os sonhos irrealizados.
Que se abra, sim, a terra para que brote hoje e sempre, com sabor e aroma de novo, frágil e indefesa, a epifania, a manifestação de Deus que se faz criança na carne frágil de Jesus de Nazaré.
Que se abra a terra, para que a gravidez universal da criação se torne parto infinito e constante. Que a nova criação seja parida na caridade vivida, nos gestos humildes de amor aprendidos no Deus que desce e se encarna no mais estreito e frágil da Criação da qual é Senhor.
Que a nossa humanidade, enfim, aprenda nesse Natal a abrir-se para acolher o outro que sofre, que chora, que é infeliz.
O outro faminto, sedento, cativo e nu.
Que o coração seja de carne e não de pedra neste Natal em que Deus, uma vez mais, se encarna fragilmente para ensinar que o amor é flor tão frágil quanto preciosa; tão bela quanto mais indefesa; mais ofuscantemente deslumbrante justamente quando se encontra mais ameaçada.
E que é preciso cuidá-la com carinho para que ilumine e encha de beleza o mundo tão cheio de ameaças, guerras e morte.
Mundo no qual perdem os que têm razão e ganham os que não a têm.
O Natal inverte essa equação e mostra onde está a verdadeira vitória, nos subterrâneos da história, onde se encarna a fragilidade do amor....
a morte me acena com carinho...vou apenas dizer adeus...
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
sábado, 1 de dezembro de 2007
Ode ao Dia das Crianças.
Eu odeio São Cosme e São Damião!
São incapazes de criar crianças à prova de balas!
Hoje eu vi uma menininha pedindo no sinal
A mesma que tinha visto dormindo no jornal,
Do carrão, recebeu uma moeda do Secretário de Educação,
que tava atrasado, com comitiva do lado
Pra inaugurar mais um Ciep, que nunca funcionou, nem funcionará.
E eu odeio São Cosme e São Damião!
São incapazes de criar crianças à prova de balas!
São incapazes de criar crianças à prova de balas!
Hoje eu vi uma menininha pedindo no sinal
A mesma que tinha visto dormindo no jornal,
Do carrão, recebeu uma moeda do Secretário de Educação,
que tava atrasado, com comitiva do lado
Pra inaugurar mais um Ciep, que nunca funcionou, nem funcionará.
E eu odeio São Cosme e São Damião!
São incapazes de criar crianças à prova de balas!
Não há Herói Abaixo da Linha do Equador. Nem Pecado.
O Brasil é um país sui generis.
Num esquema dominado pelo antagonismo-moral-crônico, é perversamente natural (a ênfase está no perverso ) que se dê mais valor àquilo que de fato é menos relevante para o convívio humano;
é a apologia da musa,
é a forma valendo mais que o conteúdo.
Não é de se estranhar então, que surjam
advogados-impecilhos,
juristas-injustos,
médicos-desumanos,
políticos-não-políticos,
religiosos-impiedosos,
namoradas-ciumentas,
maridos-egoístas,
Estado-privado,
assassinos-que-oram...
Mesmo assim, muitos dessas pessoas incongruentes em quem nos tornamos, arvoram-se no direito de sorrirem amarelo e estufarem o peito, quando cumprem com a ‘manutenção do belo quadro social’.
Tem gente que se vangloria de ser ético. Ora, isso é risível.
Um herói é herói porque organica/existencialmente ele é assim, a não porque seu coração é a ostentação.
As únicas criaturas que merecem ser condecoradas por fazerem o óbvio, são as crianças.
Elas merecem ser aplaudidas quando riem,
e uma medalha de honra ao mérito, quando brincam.
Num esquema dominado pelo antagonismo-moral-crônico, é perversamente natural (a ênfase está no perverso ) que se dê mais valor àquilo que de fato é menos relevante para o convívio humano;
é a apologia da musa,
é a forma valendo mais que o conteúdo.
Não é de se estranhar então, que surjam
advogados-impecilhos,
juristas-injustos,
médicos-desumanos,
políticos-não-políticos,
religiosos-impiedosos,
namoradas-ciumentas,
maridos-egoístas,
Estado-privado,
assassinos-que-oram...
Mesmo assim, muitos dessas pessoas incongruentes em quem nos tornamos, arvoram-se no direito de sorrirem amarelo e estufarem o peito, quando cumprem com a ‘manutenção do belo quadro social’.
Tem gente que se vangloria de ser ético. Ora, isso é risível.
Um herói é herói porque organica/existencialmente ele é assim, a não porque seu coração é a ostentação.
As únicas criaturas que merecem ser condecoradas por fazerem o óbvio, são as crianças.
Elas merecem ser aplaudidas quando riem,
e uma medalha de honra ao mérito, quando brincam.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
FHC - O Fim do Homem Cordial.Vol.II: Complexos de Poliana e do Alemão
...a Liga da Justiça Beatnik estava completa. Saímos tagarelando pelas ruas da Tijuca expondo todas nossas verves políticas, amorosas, místicas e poéticas...”varamos as ruas juntos absorvendo tudo aquilo com aquele jeito intrépido de recomeços, e que mais tarde se tornariam melancólicos, perceptivos e vazios. Mas dançávamos pelas ruas como piões frenéticos, eu me arrastava na mesma direção como tinha feito a minha vida toda, sempre atrás de pessoas que me interessavam, pois para mim, pessoas mesmo são esses caras, que estão loucos para viver, loucos para serem redentores rendidos, que querem salvar o mundo todo ao mesmo tempo agora, estão loucos para falar, nunca bocejam e jamais dizem chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo feito constelações em cujo centro fervilhante – pop! - pode-se ver um brilho azul intenso...”. Chegamos lá em casa e recobramos nossa prosa-provocativa com biscoitos água e sal com gergelim, e capuccino mentolado. Beto foi o primeiro a dormir, e isso rapidamente se percebeu pela falta de expressões geniais, que de repente faltam à conversa. É dele, expressões como ‘você é uma garota extremamente-mais-ou-menos’ e ‘têm mulheres que são compradoras compulsivas, mas João é comprador compulsório’. Fiquei atônito por saber que Orfeu ronca.
Eu estava só o pó da rabióla, mas mesmo assim Pedro capotou primeiro que eu. Suas últimas palavras foi algo em torno de Reforma Agrária. Pedro é uma das personagens mais 'plural’ do meu multiverso imaginário: ele pode ser o trovador encantador que salva a cidade das ratazanas, pode ser o chapeleiro maluco enigmático que vigia e orienta Alice, mas pode também ser o primeiro senador saído da UNE que milita exclusivamente por causas populares, tanto quanto um acadêmico pós doutor que dá aula gratuita de Filosofia em comunidades ribeirinhas, quando não está em wall street prestando consultoria para Rockfeller’s. Dorme com mesma facilidade e intensidade com que fala.
Fui pro meu quarto e me entreguei à escuridão e vasto pensamento e emoções imperfeitas do sono.
Sábado começou muito estranho. Uma mistura de sono, afazeres inacabados e ansiedade incomodavam meus gametas. Pastor Rodney aportou no prédio às 10h. Seguimos para o famigerado Complexo do Alemão, com o programa do dia que seria de ensaiarmos, almoçar e às 5h da tarde nos dirigir, ou sermos dirigidos, para São Gonçalo onde participaríamos do Congresso de Jovens da Primeira Igreja Batista do Neves.
O ensaio foi uma belezura. A Igreja Batista do Cordeiro fica na rua Canitá, pra quem não associa o nome à pessoa, é a porta por onde se entra ao baile da quadra da Canitá, local que normalmente é dominado pelo grave em decibéis ensurdecedores da Furacão 2000, é também um recanto bucólico onde Marisa Montes apresentou seu show do seu último disco (que é duplo), 'Infinito Particular’ e ‘Universo ao meu redor’. A rua Canitá é ainda caminho de acesso para o micro-ondas do jornalista Tim Lopes, e também é por ali que fica a contenção (duas pedras quadradas de tamanhos faraônicos) do caveirão - o bólido infernal da Guarda Nacional.
Ah! o ensaio. Bem, ensaio foi uma belezura. A banda compunha-se de baixo, batera e percussa, teclado, guitarra e vocais, vários vocais. Dez vocais. Eram Rodney e Guthemberg nas vozes de homens e oito mulheres nas vozes de...mulheres. Essas garotas, são uma espécie de Jovem Guarda do Complexo; preservam em seu canto toda uma integridade e honra; são jovens lindas que o poder paralelo insiste, mas não consegue tirá-las do aconchego do evangelho redentor de Jesus Cristo. Definitivamente, não há vida social possível sem o senso de esperança e dignidade que o Cristianismo imprime em nossos corações e mentes. Pergunte pras Garotas Cantoras da Igreja Batista do Cordeiro.
Guthemberg e Rodney, são casos à parte. O pr. Rodney é provavelmente o cara mais carismático (no melhor bom sentido da palavra) da América Latina. Cinco minutos com ele é o suficiente para querer levá-lo consigo e ser seu amigo para o resto da vida; a fala prosaica, o caráter ilibado, o coração do tamanho de Deus, fazem dele ‘O Homem Providencial’, ali no Complexo. Pr. Guthie traz de volta uma expressão da minha infância, ele é o ‘boa praça’; combina malemolência carioca com coração piedoso. Tenho a impressão de que ele seja um ‘Robin Hood às avessas’, que nos faz lembrar que na fraqueza somos fortes, na pobreza somos ricos, por tudo que Cristo fez por nós...CONTINUA
Eu estava só o pó da rabióla, mas mesmo assim Pedro capotou primeiro que eu. Suas últimas palavras foi algo em torno de Reforma Agrária. Pedro é uma das personagens mais 'plural’ do meu multiverso imaginário: ele pode ser o trovador encantador que salva a cidade das ratazanas, pode ser o chapeleiro maluco enigmático que vigia e orienta Alice, mas pode também ser o primeiro senador saído da UNE que milita exclusivamente por causas populares, tanto quanto um acadêmico pós doutor que dá aula gratuita de Filosofia em comunidades ribeirinhas, quando não está em wall street prestando consultoria para Rockfeller’s. Dorme com mesma facilidade e intensidade com que fala.
Fui pro meu quarto e me entreguei à escuridão e vasto pensamento e emoções imperfeitas do sono.
Sábado começou muito estranho. Uma mistura de sono, afazeres inacabados e ansiedade incomodavam meus gametas. Pastor Rodney aportou no prédio às 10h. Seguimos para o famigerado Complexo do Alemão, com o programa do dia que seria de ensaiarmos, almoçar e às 5h da tarde nos dirigir, ou sermos dirigidos, para São Gonçalo onde participaríamos do Congresso de Jovens da Primeira Igreja Batista do Neves.
O ensaio foi uma belezura. A Igreja Batista do Cordeiro fica na rua Canitá, pra quem não associa o nome à pessoa, é a porta por onde se entra ao baile da quadra da Canitá, local que normalmente é dominado pelo grave em decibéis ensurdecedores da Furacão 2000, é também um recanto bucólico onde Marisa Montes apresentou seu show do seu último disco (que é duplo), 'Infinito Particular’ e ‘Universo ao meu redor’. A rua Canitá é ainda caminho de acesso para o micro-ondas do jornalista Tim Lopes, e também é por ali que fica a contenção (duas pedras quadradas de tamanhos faraônicos) do caveirão - o bólido infernal da Guarda Nacional.
Ah! o ensaio. Bem, ensaio foi uma belezura. A banda compunha-se de baixo, batera e percussa, teclado, guitarra e vocais, vários vocais. Dez vocais. Eram Rodney e Guthemberg nas vozes de homens e oito mulheres nas vozes de...mulheres. Essas garotas, são uma espécie de Jovem Guarda do Complexo; preservam em seu canto toda uma integridade e honra; são jovens lindas que o poder paralelo insiste, mas não consegue tirá-las do aconchego do evangelho redentor de Jesus Cristo. Definitivamente, não há vida social possível sem o senso de esperança e dignidade que o Cristianismo imprime em nossos corações e mentes. Pergunte pras Garotas Cantoras da Igreja Batista do Cordeiro.
Guthemberg e Rodney, são casos à parte. O pr. Rodney é provavelmente o cara mais carismático (no melhor bom sentido da palavra) da América Latina. Cinco minutos com ele é o suficiente para querer levá-lo consigo e ser seu amigo para o resto da vida; a fala prosaica, o caráter ilibado, o coração do tamanho de Deus, fazem dele ‘O Homem Providencial’, ali no Complexo. Pr. Guthie traz de volta uma expressão da minha infância, ele é o ‘boa praça’; combina malemolência carioca com coração piedoso. Tenho a impressão de que ele seja um ‘Robin Hood às avessas’, que nos faz lembrar que na fraqueza somos fortes, na pobreza somos ricos, por tudo que Cristo fez por nós...CONTINUA
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
FHC - O Fim do Homem Cordial
Há algum tempo, havia eu, decretado o Fim do Homem Cordial. Pretendia com isso, endurecer sem perder a ternura, minha super-boa-vontade com algumas personagens do imaginário coletivo do multiverso carioca. Não sou pessimista, chego mesmo a ter uma espécie de postura Poliana, mas ser acintosamente abordado por esses facínoras, tem me tirado a paz...os facínoras os quais me refiro são, antes figuras simpáticas e emblemáticas, agora esses flanelinhas malandrões, taxistas escorchadores, policiais arregueiros, doninhas punguistas..., só para ilustrar: dias esses fui ao teatro. E fui também‘intimado’ na porta do Ginástico, por um flanelinha-cadeirante-com-colete-falso-da-prefeitura, que me obrigou a dár-lhe R$5,00 para tomar conta do meu carro (que tem seguro, e que ele não conseguiria nem tentaria de modo algum, impedir furto ou arrombamento, pelos motivos óbvios: não é ninja, nem estaria ali por perto caso o fosse). Eu, poliana até os ossos, fiquei argumentando uma maneira com que o negócio fosse interessante para os dois, mas perdi tempo. Ele imaginava que iríamos para alguma Boite ali por perto, o que lhe outorgava o direito de estar ‘cobrando’ aquele valor ‘na moral e honestamente’, que era a quantia cobrada por uma cerveja na tal Boite. Pensei em explicar para o meu algoz a situação de vítima em que nos metemos - eu e ele – ao entregar nosso país nas mãos dos executivos viciados na santíssima-trindade-deste-século: dinheiro, autoridade e poder, e que por isso, somos roubados, assassinados no corpo e na esperança, tendo como vendido chãos sob pés que ainda nem nasceram. Mas alguma coisa no meu subconsciente me dizia que aquele cidadão estava determinado a me levar os R$5.00, tenha ele me prestado algum serviço, ou não.
É por essas e outras que o filme do Daniel Lisboa ilustra e retrata o que quero dizer no título desta crônica.
Trata-se de “O Fim do Homem Cordial” (FHC), principal vencedor do Festival do Cinco Minutos, patrocinado pelo DIMAS (da Fundação Cultural do Estado da Bahia). O vídeo, por mostrar uma situação inusitada, segundo se fala, foi fator determinante de abalos sísmicos na estrutura administrativa do setor de audiovisual desse órgão governamental. Porque o júri – formado por pessoas de diversos estados e que talvez não conhecessem as idiossincrasias da política baiana – premiou como melhor vídeo justamente um que ataca de frente ACM-Corleone – no dizer do jornalista Hélio Fernandes – e, ainda por cima, a sua rede de comunicação, cuja ponta de lança é a Tv Bahia e o seu indefectível telejornalismo, à frente o BaTv.
A sigla FHC sempre me traz más recordações– seja pela lembrança do energúmeno que doou o Brasil, vendendo boa parte de nosso patrimônio –; seja pela Nova Ordem de Q(c)uartel Nacional instaurada no Rio de Janeiro, que achincalha as pessoas de bem de todas as Comunidades do Rio de Janeiro, sejam elas periféricas ou zona-sulistas, tendo como exemplo da primeira, algumas áreas do Complexo do Alemão; seja ainda o exemplo supracitado. Em todos esses casos, no filme , numa saída de sábado à noite...estão presentes o mesmo pano-de-fundo, quer dizer, de chumbo:
A demonstração vulgar de poder, inspirada na onda de imagens divulgadas por grupos terroristas, sejam os dos atentados de 11 de setembro, sejam da Ditadura em Miammar, seja do Estado-de-Sítio do Rio de Janeiro, ou ainda das novelas instigadoras do consumismo desenfreado. “Qualquer pessoa, que tenha acompanhado os noticiários televisivos dos últimos três anos, pode perceber uma serie de imagens de grupos terroristas, com reféns, filmadas e divulgadas pelos próprios. Essas imagens são diferentes de todo o material exibido pelas emissoras de noticias. Essa configuração de imagem é dirigida pelos próprios terroristas. Um novo elemento audiovisual, não cordial, é incorporado e cria uma mancha na programação normal. É a estética do terror, da fome, do anti-cordial, da intolerância, da violência e da injustiça”. O fim do homem cordial assola o Rio de Janeiro.
Novos paradigmas:
Eu sofro de Complexo de Poliana, o que me leva a ver o lado bom das coisas. E também sofro de Complexo do Alemão, o que me leva a viver o lado bom das coisas.
Sábado último, fui convidado por dois amigos pastores batistas, a me ajuntar a eles para tocar (ministrar louvor e adoração), do outro lado da ponte Rio-Niterói, mais especificamente em PIB Neves, São Gonçalo. Esses jovens pastores são da Igreja Batista do Cordeiro, no Complexo do Alemão. Atendi mais que prontamente, pois passar momentos com essa comunidade, é pra mim, experiência edificante.
Desde a sexta-feira que antecedia o evento, as coisas já se pronunciavam promissoras. Fui com o Beto-amigo-próximo-como-irmão num desses ‘podrão’ comer churrasquinho de filé-miau. Conversávamos sobre essas coisas que se conversa numa sexta à noite, futebol, teologia, filosofia, pagmáticas, futuros, passados, expectativas de ministérios, mulheres, amigos, irmãos, heróis, necessidades materiais, espirituais, orgânicas...na tv começava um programa de entrevistas em que apareceu o Arnaldo Jabour, no EXATO momento em que falávamos de Antônio Gramsci, e eu usava o Jabour como exemplo de um intelectual orgânico...até que chegou para compor conosco mais um desses caras fantásticos que Deus coloca em nosso caminho, era o Pedro’flautista de hemelim’, sempre com um pensamento filosófico na ponta da língua e um senso de justiça aguçadíssimo, na porta do coração....CONTINUA
É por essas e outras que o filme do Daniel Lisboa ilustra e retrata o que quero dizer no título desta crônica.
Trata-se de “O Fim do Homem Cordial” (FHC), principal vencedor do Festival do Cinco Minutos, patrocinado pelo DIMAS (da Fundação Cultural do Estado da Bahia). O vídeo, por mostrar uma situação inusitada, segundo se fala, foi fator determinante de abalos sísmicos na estrutura administrativa do setor de audiovisual desse órgão governamental. Porque o júri – formado por pessoas de diversos estados e que talvez não conhecessem as idiossincrasias da política baiana – premiou como melhor vídeo justamente um que ataca de frente ACM-Corleone – no dizer do jornalista Hélio Fernandes – e, ainda por cima, a sua rede de comunicação, cuja ponta de lança é a Tv Bahia e o seu indefectível telejornalismo, à frente o BaTv.
A sigla FHC sempre me traz más recordações– seja pela lembrança do energúmeno que doou o Brasil, vendendo boa parte de nosso patrimônio –; seja pela Nova Ordem de Q(c)uartel Nacional instaurada no Rio de Janeiro, que achincalha as pessoas de bem de todas as Comunidades do Rio de Janeiro, sejam elas periféricas ou zona-sulistas, tendo como exemplo da primeira, algumas áreas do Complexo do Alemão; seja ainda o exemplo supracitado. Em todos esses casos, no filme , numa saída de sábado à noite...estão presentes o mesmo pano-de-fundo, quer dizer, de chumbo:
A demonstração vulgar de poder, inspirada na onda de imagens divulgadas por grupos terroristas, sejam os dos atentados de 11 de setembro, sejam da Ditadura em Miammar, seja do Estado-de-Sítio do Rio de Janeiro, ou ainda das novelas instigadoras do consumismo desenfreado. “Qualquer pessoa, que tenha acompanhado os noticiários televisivos dos últimos três anos, pode perceber uma serie de imagens de grupos terroristas, com reféns, filmadas e divulgadas pelos próprios. Essas imagens são diferentes de todo o material exibido pelas emissoras de noticias. Essa configuração de imagem é dirigida pelos próprios terroristas. Um novo elemento audiovisual, não cordial, é incorporado e cria uma mancha na programação normal. É a estética do terror, da fome, do anti-cordial, da intolerância, da violência e da injustiça”. O fim do homem cordial assola o Rio de Janeiro.
Novos paradigmas:
Eu sofro de Complexo de Poliana, o que me leva a ver o lado bom das coisas. E também sofro de Complexo do Alemão, o que me leva a viver o lado bom das coisas.
Sábado último, fui convidado por dois amigos pastores batistas, a me ajuntar a eles para tocar (ministrar louvor e adoração), do outro lado da ponte Rio-Niterói, mais especificamente em PIB Neves, São Gonçalo. Esses jovens pastores são da Igreja Batista do Cordeiro, no Complexo do Alemão. Atendi mais que prontamente, pois passar momentos com essa comunidade, é pra mim, experiência edificante.
Desde a sexta-feira que antecedia o evento, as coisas já se pronunciavam promissoras. Fui com o Beto-amigo-próximo-como-irmão num desses ‘podrão’ comer churrasquinho de filé-miau. Conversávamos sobre essas coisas que se conversa numa sexta à noite, futebol, teologia, filosofia, pagmáticas, futuros, passados, expectativas de ministérios, mulheres, amigos, irmãos, heróis, necessidades materiais, espirituais, orgânicas...na tv começava um programa de entrevistas em que apareceu o Arnaldo Jabour, no EXATO momento em que falávamos de Antônio Gramsci, e eu usava o Jabour como exemplo de um intelectual orgânico...até que chegou para compor conosco mais um desses caras fantásticos que Deus coloca em nosso caminho, era o Pedro’flautista de hemelim’, sempre com um pensamento filosófico na ponta da língua e um senso de justiça aguçadíssimo, na porta do coração....CONTINUA
sábado, 3 de novembro de 2007
Capitais Intangíveis - vol. II
O evento organizado no BNDES sobre Capitais Intangíveis superou minhas expectativas, cheguei ao conhecimento do evento pesquisando transdisciplinaridade e pensamento complexo, e na tentativa de obseravr o comportamento da Economia à essas faculdades, me vi observador da história. Cheguei em cima do laço, então minha confirmação pro seminário só me chegou no domingo de noitão, o que me impediu de participar já na segunda-feira. Eis minhas subimpressões*:
Muitas pessoas participaram (mais de 400 pessoas passaram pelo evento nos dois dias),dessas, os participantes-palestrantes apresentaram sensibilidade e pragmática política do conteúdo ali debatido.
Só pude ir no segundo dia (terça-feira). As falas de Luiz Carlos Prestes Filho, sobre a Economia do Carnaval; de André Urani, sobre o futuro das cidades (Rio e São Paulo); e de Helena Lastres sobre as redes e a produção do conhecimento, me leveram aos conceitos de transdisciplinaridade e capitalismo cognitivo, que permeiam a cena contemporâ política-social-urbana-latino. Os recortes trazidos - Carnaval do Rio de Janeiro, São Paulo Fashion Week e APL da Seresta de Conservatória, indicam que não se trata de efemérides, mas de recortes intangíveis, e claro, observáveis e palpáveis em seus benefícios monetário$.
A economista Lidia Goldenstein reforçou a necessidade de buscarmos novos caminhos (eu diria observar outros desdobramentos) para nosso desenvolvimento sócio-econômico, colocando os óculos de Indústrias Criativas; entendidas aqui como as relacionadas com a Indústria Cultural, mas Tecnologia da Informação, biotecnologia, telecomunicações e novas mídias, design, ... Esta é a indústria que tem a capacidade de trazer o novo e impulsionar o velho para mudar,( é o Gadamer revisitado por causa do Prigogine) como está acontecendo com a Inglaterra/Europa. Graça Cabral, da São Paulo Fashion Week exemplificou as idéias de Lídia, demonstrando a impedância deste evento na indústria textil/fabril.
"No Brasil temos procurado a chave do desenvolvimento econômico e social em torno dos mesmos postes, sem perceber que eles não tem nem mais luz... 10 entre 10 governadores do Estado do Rio de Janeiro anunciam como uma das prioridades número um de seus governos o desenvolvimento da indústria naval. De fato, a indústria naval foi, felizmente, reativada no Rio de Janeiro. E qual foi seu impacto na economia do Estado em termos de emprego e renda? Muito pequeno, e de qualquer forma, é mais de 100 vezes MENOR que o impacto da Indústria da Cultura!!!! E isto apesar da luz dos incentivos fiscais e benesses do Estado só beneficiar a indústria naval". Marcos Cavalcanti, sampleando os mesários.
O recado do evento foi dado: os desdobramentos do desenvolvimento sócio-econômico estão nas rédeas do capital cognitivo, portanto intangível. Os que têm óculos para ver, vejam.
*Obs.:Essas impressões são sub-impressões das impressões de Marcos Cavalcanti, que tem um blog interessantíssimo: http://oglobo.globo.com/blogs/inteligenciaempresarial/.
CONTINUA...OU NÃO.
Muitas pessoas participaram (mais de 400 pessoas passaram pelo evento nos dois dias),dessas, os participantes-palestrantes apresentaram sensibilidade e pragmática política do conteúdo ali debatido.
Só pude ir no segundo dia (terça-feira). As falas de Luiz Carlos Prestes Filho, sobre a Economia do Carnaval; de André Urani, sobre o futuro das cidades (Rio e São Paulo); e de Helena Lastres sobre as redes e a produção do conhecimento, me leveram aos conceitos de transdisciplinaridade e capitalismo cognitivo, que permeiam a cena contemporâ política-social-urbana-latino. Os recortes trazidos - Carnaval do Rio de Janeiro, São Paulo Fashion Week e APL da Seresta de Conservatória, indicam que não se trata de efemérides, mas de recortes intangíveis, e claro, observáveis e palpáveis em seus benefícios monetário$.
A economista Lidia Goldenstein reforçou a necessidade de buscarmos novos caminhos (eu diria observar outros desdobramentos) para nosso desenvolvimento sócio-econômico, colocando os óculos de Indústrias Criativas; entendidas aqui como as relacionadas com a Indústria Cultural, mas Tecnologia da Informação, biotecnologia, telecomunicações e novas mídias, design, ... Esta é a indústria que tem a capacidade de trazer o novo e impulsionar o velho para mudar,( é o Gadamer revisitado por causa do Prigogine) como está acontecendo com a Inglaterra/Europa. Graça Cabral, da São Paulo Fashion Week exemplificou as idéias de Lídia, demonstrando a impedância deste evento na indústria textil/fabril.
"No Brasil temos procurado a chave do desenvolvimento econômico e social em torno dos mesmos postes, sem perceber que eles não tem nem mais luz... 10 entre 10 governadores do Estado do Rio de Janeiro anunciam como uma das prioridades número um de seus governos o desenvolvimento da indústria naval. De fato, a indústria naval foi, felizmente, reativada no Rio de Janeiro. E qual foi seu impacto na economia do Estado em termos de emprego e renda? Muito pequeno, e de qualquer forma, é mais de 100 vezes MENOR que o impacto da Indústria da Cultura!!!! E isto apesar da luz dos incentivos fiscais e benesses do Estado só beneficiar a indústria naval". Marcos Cavalcanti, sampleando os mesários.
O recado do evento foi dado: os desdobramentos do desenvolvimento sócio-econômico estão nas rédeas do capital cognitivo, portanto intangível. Os que têm óculos para ver, vejam.
*Obs.:Essas impressões são sub-impressões das impressões de Marcos Cavalcanti, que tem um blog interessantíssimo: http://oglobo.globo.com/blogs/inteligenciaempresarial/.
CONTINUA...OU NÃO.
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Capitais Intangíveis
Participei hoje, de uma maratona lá no BNDES, para ficar atento às Economias propostas para os futuros próximo do nosso Brasil varonil. Foi uma trip e tanto.
Por hora, posto o programa. Em tempo hábil, tasco minhas impressões.
Em tempos de transdisciplinaridade, nada mais normal que Capitalismo Cognitivo. Ou seria o contrário?
Dia 30/10 (terça)
09h30 às 11h00 – Capitais intangíveis e as cidades
Helena Lastres (Assessora Presidência do BNDES)
André Urani – IETS (Instituto de Estudos sobre Trabalho e Sociedade)
Luis Carlos Prestes Filho - Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval
Coordenador: Eduardo Rath Fingerl (Diretor BNDES).
11h15 às 12h30 – Inovação e competitividade
Lidia Goldstein – Economista Unicamp
Graça Cabral – São Paulo Fashion Week
Coordenador: João Carlos Ferraz (Diretor BNDES)
12h30 às 13h00 – Perguntas e debates
13h00 às 14h30 – Almoço
14h30 às 16h00 – Apresentação das empresas
Embraer
Totvs
Suzano Papel e Celulose
Genoa
16h00 às 16h30 – Perguntas e debates
16h30 às 17h00 – Comentário finais e debates
Coordenação – Eduardo Rath Fingerl (BNDES) e Marcos Cavalcanti
Por hora, posto o programa. Em tempo hábil, tasco minhas impressões.
Em tempos de transdisciplinaridade, nada mais normal que Capitalismo Cognitivo. Ou seria o contrário?
Dia 30/10 (terça)
09h30 às 11h00 – Capitais intangíveis e as cidades
Helena Lastres (Assessora Presidência do BNDES)
André Urani – IETS (Instituto de Estudos sobre Trabalho e Sociedade)
Luis Carlos Prestes Filho - Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval
Coordenador: Eduardo Rath Fingerl (Diretor BNDES).
11h15 às 12h30 – Inovação e competitividade
Lidia Goldstein – Economista Unicamp
Graça Cabral – São Paulo Fashion Week
Coordenador: João Carlos Ferraz (Diretor BNDES)
12h30 às 13h00 – Perguntas e debates
13h00 às 14h30 – Almoço
14h30 às 16h00 – Apresentação das empresas
Embraer
Totvs
Suzano Papel e Celulose
Genoa
16h00 às 16h30 – Perguntas e debates
16h30 às 17h00 – Comentário finais e debates
Coordenação – Eduardo Rath Fingerl (BNDES) e Marcos Cavalcanti
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Os Estatutos do Homem
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.agora vale a vida, e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direitoa abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecidoo reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
a festa do dia que chegou.
Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.
Thiago de Melo à Heitor Cony (Santiago do Chile, Abril de 1964)
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
O Cenário Global na Virada do Século
Comentário ao exposto por Samuel Escobar, em “O Cenário Global na Virada do Século”.
Escobar, Samuel. O Cenário Global na Virada do Século., p. 45-72, in Missiologia Global para o Séc. XXI: A Consulta de Fox do Iguaçu/William D. Taylor. Londrina: Descoberta, 2001.
Em sua parte introdutória, Escobar expôe seus pressupostos, fazendo um apanhado da cena global, e afirma que as intervenções missiológicas, podem ser vistas com entusiasmo e otimismo, e portanto positivas e paradoxais: ”(a)As estratégias científicas e tecnológicas incríveis têm passado de mão em mão com a regressão a (b)refinadas formas de crueldade e barbáries nas revoluções totalitárias e de guerras.” Ao qual eu digo foram e são ainda as ferramentas irreversíveis do capitalismo irreversível, que(a) nunca se extinguiram por completo.
“A comunicação rápida e eficiente tem tornado o planeta em uma vila global que tem passado de mão em mão com intolerância e tribalismo que impedem a coexistência pacífica de povos vizinhos seculares”. Penso que o mal da globalização é o mal que o homem faz. Herdaremos os malefícios e os benefícios desta nossa criação, que inclusive, nos recria. Portanto, culpar o pós-modernismo é indiferente: pensamos e somos repensados por nós mesmos na esfera do avanço tecnológico (capitalista).
Se, como diz Escobar, a decadência moral é subproduto do avanço tecnológico, via de regra, a superação moral, passa pelo detrimento do avanço tecnológico. O que parece impossível, pelo menos diante da nova ordem mundial, que dita as vontades políticas.
Um Evangelho Traduzível
Corroboro com o autor no tangente à afirmação de que os novos leitores não podem chegar ao texto com um vácuo e nem deve tentar isso. Vou adiante, pensando na impossibilidade disto (que vale para qualquer texto) e que por questão de justiça/honestidade, devemos expor os pressupostos e intenções. E aí sim, chegar ao texto com consciência de conceitos originários de seus passados culturais, situações pessoais e das responsabilidades aos outros. Uma vez que o Evangelho traduzível, é a teologia da preservação da vida humana e sua teo-dinâmica.
Uma igreja Global.
Colheremos os frutos e os lutos da globalização, “...as vantagens para viagem, o fluxo de informação em grande escala pela mídia, assim como os colossos movimentos de migração causado pela mudança econômica permitem aos cristãos e às igrejas no Ocidente e em todo lugar também verem e experimentar a riqueza e as variedades diversas da expressão da fé cristã...”. Há um ítem para se pensar nesta questão, que diz respeito a uniformização da cultura. O essencial cultural ocidental não está disponível, só o pop (ideologia dos meios de comunicação de massa), que é barganhada com culturas folclóricas e ancestrais (exportação exótica), ou seja, damos a capoeira ancestral, e recebemos tênis nike e bonés de basquete.
Quanto ao ‘cristianismo de raízes’, imagino que não deve ser de todo bom. Já que identificamos um estado caótico-doutrinário no cenário brasileiro, das igreja do terceiro setor. Ao que Escobar diz “A sensibilidade para esta forma de cristianismo é especialmente necessária para líderes evangélicos que têm sempre enfatizado a clara e correta expressão intelectual da verdade cristã e da racionalidade da fé cristã”, eu acrescento a inevitabilidade/irreversibilidade do ultra pentecostalismo.
Um Novo Balanço da Presença Cristã:
“Mais uma vez o cristianismo tem sido salvo pelo mundo, isto é, por sua difusão através das linhas culturais”: Não sei como a Europa ocidental é exemplo para isto.
“...o terceiro Milênio evidentemente permanecerá debaixo da liderança da Terceira Igreja, a igreja sulista (hemisfério sul)...” que é uma expansão natural da igreja , e que pode ser favorável à Teologia Social.
Uma opção missiológica: Evangelismo de missão por ‘proximidade’, ou seja, uma cultura de intervenção evangélica, pelo seu vizinho mais similar culturalmente.
Globalização e Contextualização
Apresentados os argumento de globalização - que ao meu olhar, é uma globalização do Ocidente nihilista, onde o que organiza os periféricos é a Economia Central, via ‘nova ordem industrial midiática’ - sai-se com a pergunta: a missão cristã simplesmente deveria montar na crista da onda? Eu respondo: se o Cristianismo ainda for ideológico, não.
Estes são meus parcos comentários, de meus parcos conhecimento do assunto.
Escobar, Samuel. O Cenário Global na Virada do Século., p. 45-72, in Missiologia Global para o Séc. XXI: A Consulta de Fox do Iguaçu/William D. Taylor. Londrina: Descoberta, 2001.
Em sua parte introdutória, Escobar expôe seus pressupostos, fazendo um apanhado da cena global, e afirma que as intervenções missiológicas, podem ser vistas com entusiasmo e otimismo, e portanto positivas e paradoxais: ”(a)As estratégias científicas e tecnológicas incríveis têm passado de mão em mão com a regressão a (b)refinadas formas de crueldade e barbáries nas revoluções totalitárias e de guerras.” Ao qual eu digo foram e são ainda as ferramentas irreversíveis do capitalismo irreversível, que(a) nunca se extinguiram por completo.
“A comunicação rápida e eficiente tem tornado o planeta em uma vila global que tem passado de mão em mão com intolerância e tribalismo que impedem a coexistência pacífica de povos vizinhos seculares”. Penso que o mal da globalização é o mal que o homem faz. Herdaremos os malefícios e os benefícios desta nossa criação, que inclusive, nos recria. Portanto, culpar o pós-modernismo é indiferente: pensamos e somos repensados por nós mesmos na esfera do avanço tecnológico (capitalista).
Se, como diz Escobar, a decadência moral é subproduto do avanço tecnológico, via de regra, a superação moral, passa pelo detrimento do avanço tecnológico. O que parece impossível, pelo menos diante da nova ordem mundial, que dita as vontades políticas.
Um Evangelho Traduzível
Corroboro com o autor no tangente à afirmação de que os novos leitores não podem chegar ao texto com um vácuo e nem deve tentar isso. Vou adiante, pensando na impossibilidade disto (que vale para qualquer texto) e que por questão de justiça/honestidade, devemos expor os pressupostos e intenções. E aí sim, chegar ao texto com consciência de conceitos originários de seus passados culturais, situações pessoais e das responsabilidades aos outros. Uma vez que o Evangelho traduzível, é a teologia da preservação da vida humana e sua teo-dinâmica.
Uma igreja Global.
Colheremos os frutos e os lutos da globalização, “...as vantagens para viagem, o fluxo de informação em grande escala pela mídia, assim como os colossos movimentos de migração causado pela mudança econômica permitem aos cristãos e às igrejas no Ocidente e em todo lugar também verem e experimentar a riqueza e as variedades diversas da expressão da fé cristã...”. Há um ítem para se pensar nesta questão, que diz respeito a uniformização da cultura. O essencial cultural ocidental não está disponível, só o pop (ideologia dos meios de comunicação de massa), que é barganhada com culturas folclóricas e ancestrais (exportação exótica), ou seja, damos a capoeira ancestral, e recebemos tênis nike e bonés de basquete.
Quanto ao ‘cristianismo de raízes’, imagino que não deve ser de todo bom. Já que identificamos um estado caótico-doutrinário no cenário brasileiro, das igreja do terceiro setor. Ao que Escobar diz “A sensibilidade para esta forma de cristianismo é especialmente necessária para líderes evangélicos que têm sempre enfatizado a clara e correta expressão intelectual da verdade cristã e da racionalidade da fé cristã”, eu acrescento a inevitabilidade/irreversibilidade do ultra pentecostalismo.
Um Novo Balanço da Presença Cristã:
“Mais uma vez o cristianismo tem sido salvo pelo mundo, isto é, por sua difusão através das linhas culturais”: Não sei como a Europa ocidental é exemplo para isto.
“...o terceiro Milênio evidentemente permanecerá debaixo da liderança da Terceira Igreja, a igreja sulista (hemisfério sul)...” que é uma expansão natural da igreja , e que pode ser favorável à Teologia Social.
Uma opção missiológica:
Globalização e Contextualização
Apresentados os argumento de globalização - que ao meu olhar, é uma globalização do Ocidente nihilista, onde o que organiza os periféricos é a Economia Central, via ‘nova ordem industrial midiática’ - sai-se com a pergunta: a missão cristã simplesmente deveria montar na crista da onda? Eu respondo: se o Cristianismo ainda for ideológico, não.
Estes são meus parcos comentários, de meus parcos conhecimento do assunto.
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Deus, o Homem e a dita pós-modernidade ou 'Os 7 Pecados vol. II'
Começo este ensaio, fazendo um apanhado em resumo da dita pós-modernidade, para então, me ater aos seus temas centrais.
A emergência do pós modernismo aconteceu na década de 60, afirmando-se plenamente na de 70; e é correlata ao surgimento de uma nova ordem econômica e social: pós-industrialismo ou sociedade de consumo, a sociedade da mídia e do espetáculo, ou o capitalismo multinacional.
O estabelecimento da publicidade como ‘arte oficial do capitalismo’ (Harvey) ocorrido na década de 70 promove uma troca de influências entre a arte e as estratégias publicitárias. Também foi neste período que floresceu a indústria da herança e a cultura de museu, visando a comercialização da história e de formas culturais, tendo a classe média como público alvo.
Digo isso, pra então apontar alguns sintomas-temas da pós- modernidade:
O desaparecimento de um senso de história e a transformação do significado e da própria percepção do espaço e tempo; a celebração das ‘qualidades transitórias’ da vida moderna, com ênfase no campo da produção cultural em eventos, espetáculos, happenings e imagens da mídia. Estes apontamentos, são temas da pós modernidade, porque estão na ordem do dia, e são sintomas, porque seus desencadeamentos são perceptíveis e palpáveis.
Deus e a reserva moral
Esta experiência temporal esquizofrênica de descontinuidade, permite uma vivência muito intensa do tempo presente: perpétuo presente de isolamento e desconexão. Esta total aceitação do efêmero, do fragmentário, do descontínuo e do caótico, é herança do conceito baudelairiano de modernidade. Arrisco dizer, que herdamos do Cristianismo, o seu pensamento de que o ’valor’ e o ‘sentido’, não são inerentes a nenhuma ordem espacial, devendo sim, serem invocados. Esta herança me parece, de alguma forma conflitante com, ou necessariamente conflitante com a velha Teologia da Libertação ou a nova Teologia Social, que insistem em tirar Cristo da cruz, e colocá-lo no front da vida urbana. Que se faz uma atitude muito necessária, já que no Capitalismo, a única coisa que é universal é o mercado.
Partindo desta evidência, precisamos então, estabelecer uma ‘reserva moral’. Por quê?, porque no capitalismo, o mercado sequer pensa esta reserva, fazendo com que a pós modernidade faça do Cristianismo uma espécie de filosofia de mega-tendência, ou seja, só mais uma das possibilidades espiritulistas vigentes. Reserva moral aqui, é entendida como aquele ser-em-estado-de-democracia, que não sendo externo ao seu tempo, pelo contrário, não cessa de fazer as vezes de Estado, sem estabelecer compromissos vergonhosos; e para cristianizar ainda mais o conceito, se responsabilizando pela e diante das vítimas.
No estado atual, é conflitante as relações entre direitos humanos e capitalismo, o primeiro não nos fará abençoar o segundo; “Os direitos humanos não nos farão abençoar o capitalismo!” (Félix Guatarri, Gilles Deleuze). No capitalismo, não pára de crescer o número de homens sem direitos - a não ser o direito de mercado, sendo ele mesmo, uma mercadoria – é necessário, então, uma reserva moral que ressuscite, celebre, invoque uma espiritualidade revitalizadora e engajada como a de Luther King (Longuini).
Os novos pecados, os velhos pecados, os pecados de sempre.
Ao nos metermos neste apocalipse-estético, nos tornamos excêntricos pelo excesso (Israel Belo). Em termos clássicos, individualmente cometemos e quase perpetuamos aqueles de nossa herança, que são capitais, pois encabeçam outros. Em seu cerne mais medular, errar o alvo é pecar:
Buscar fora o que é dentro, aparência em vez da essência, preferir o artifício, esquecer do que se é, perder a naturalidade e o sentido da vida, colocar no corpo o que é do espírito, um vício no lugar de uma virtude.
O orgulho, querer parecer o que não é, no lugar da humildade, saber ser filho da terra.
A inveja, que só existe por comparação, separando, no lugar da compaixão, sentir junto.
A Ira, ficar fora de si e assim perder-se, no lugar da paciência, a compreensão da dor.
A preguiça, não pensar, não sentir, não agir, no lugar da diligência, fazer com amor.
A avareza, ignorar os meios e só ver os fins, no lugar da generosidade, fazer parte do todo.
A gula, querer engolir sem digerir, no lugar da temperança, equilibrar os temperos.
A luxúria, viver para os instintos, no lugar da castidade, ser de si mesmo (Alice Ruiz).
Em termos contemporâneos, ainda erramos pelo excesso, que claro, desequilibra. Não precisamos de mais comunicação, ao contrário temos comunicação demais. O que nos falta é a criação. O que nos faz falta é a resistência ao presente. Resistir é criar, resistir à morte, à servidão, ao intolerável, à vergonha, ao presente.
Referências:
Zucal, Silvano. Cristo na Filosofia Contemporânea. Vol.II: O Século XX. DE. Paulus.
Cocco, Giuseppe, na revista Global Brasil n.03. Ago/ Set/Out./2004. Ed. Rede Universidade Nômade.
Michelin, Simone. Em ‘O Efêmero que se Prolonga’, artigo publicado na revista Global Brasil, ed. 2002, da ed. Universidade Nômade.
A emergência do pós modernismo aconteceu na década de 60, afirmando-se plenamente na de 70; e é correlata ao surgimento de uma nova ordem econômica e social: pós-industrialismo ou sociedade de consumo, a sociedade da mídia e do espetáculo, ou o capitalismo multinacional.
O estabelecimento da publicidade como ‘arte oficial do capitalismo’ (Harvey) ocorrido na década de 70 promove uma troca de influências entre a arte e as estratégias publicitárias. Também foi neste período que floresceu a indústria da herança e a cultura de museu, visando a comercialização da história e de formas culturais, tendo a classe média como público alvo.
Digo isso, pra então apontar alguns sintomas-temas da pós- modernidade:
O desaparecimento de um senso de história e a transformação do significado e da própria percepção do espaço e tempo; a celebração das ‘qualidades transitórias’ da vida moderna, com ênfase no campo da produção cultural em eventos, espetáculos, happenings e imagens da mídia. Estes apontamentos, são temas da pós modernidade, porque estão na ordem do dia, e são sintomas, porque seus desencadeamentos são perceptíveis e palpáveis.
Deus e a reserva moral
Esta experiência temporal esquizofrênica de descontinuidade, permite uma vivência muito intensa do tempo presente: perpétuo presente de isolamento e desconexão. Esta total aceitação do efêmero, do fragmentário, do descontínuo e do caótico, é herança do conceito baudelairiano de modernidade. Arrisco dizer, que herdamos do Cristianismo, o seu pensamento de que o ’valor’ e o ‘sentido’, não são inerentes a nenhuma ordem espacial, devendo sim, serem invocados. Esta herança me parece, de alguma forma conflitante com, ou necessariamente conflitante com a velha Teologia da Libertação ou a nova Teologia Social, que insistem em tirar Cristo da cruz, e colocá-lo no front da vida urbana. Que se faz uma atitude muito necessária, já que no Capitalismo, a única coisa que é universal é o mercado.
Partindo desta evidência, precisamos então, estabelecer uma ‘reserva moral’. Por quê?, porque no capitalismo, o mercado sequer pensa esta reserva, fazendo com que a pós modernidade faça do Cristianismo uma espécie de filosofia de mega-tendência, ou seja, só mais uma das possibilidades espiritulistas vigentes. Reserva moral aqui, é entendida como aquele ser-em-estado-de-democracia, que não sendo externo ao seu tempo, pelo contrário, não cessa de fazer as vezes de Estado, sem estabelecer compromissos vergonhosos; e para cristianizar ainda mais o conceito, se responsabilizando pela e diante das vítimas.
No estado atual, é conflitante as relações entre direitos humanos e capitalismo, o primeiro não nos fará abençoar o segundo; “Os direitos humanos não nos farão abençoar o capitalismo!” (Félix Guatarri, Gilles Deleuze). No capitalismo, não pára de crescer o número de homens sem direitos - a não ser o direito de mercado, sendo ele mesmo, uma mercadoria – é necessário, então, uma reserva moral que ressuscite, celebre, invoque uma espiritualidade revitalizadora e engajada como a de Luther King (Longuini).
Os novos pecados, os velhos pecados, os pecados de sempre.
Ao nos metermos neste apocalipse-estético, nos tornamos excêntricos pelo excesso (Israel Belo). Em termos clássicos, individualmente cometemos e quase perpetuamos aqueles de nossa herança, que são capitais, pois encabeçam outros. Em seu cerne mais medular, errar o alvo é pecar:
Buscar fora o que é dentro, aparência em vez da essência, preferir o artifício, esquecer do que se é, perder a naturalidade e o sentido da vida, colocar no corpo o que é do espírito, um vício no lugar de uma virtude.
O orgulho, querer parecer o que não é, no lugar da humildade, saber ser filho da terra.
A inveja, que só existe por comparação, separando, no lugar da compaixão, sentir junto.
A Ira, ficar fora de si e assim perder-se, no lugar da paciência, a compreensão da dor.
A preguiça, não pensar, não sentir, não agir, no lugar da diligência, fazer com amor.
A avareza, ignorar os meios e só ver os fins, no lugar da generosidade, fazer parte do todo.
A gula, querer engolir sem digerir, no lugar da temperança, equilibrar os temperos.
A luxúria, viver para os instintos, no lugar da castidade, ser de si mesmo (Alice Ruiz).
Em termos contemporâneos, ainda erramos pelo excesso, que claro, desequilibra. Não precisamos de mais comunicação, ao contrário temos comunicação demais. O que nos falta é a criação. O que nos faz falta é a resistência ao presente. Resistir é criar, resistir à morte, à servidão, ao intolerável, à vergonha, ao presente.
Referências:
Zucal, Silvano. Cristo na Filosofia Contemporânea. Vol.II: O Século XX. DE. Paulus.
Cocco, Giuseppe, na revista Global Brasil n.03. Ago/ Set/Out./2004. Ed. Rede Universidade Nômade.
Michelin, Simone. Em ‘O Efêmero que se Prolonga’, artigo publicado na revista Global Brasil, ed. 2002, da ed. Universidade Nômade.
Os 7 pecados Capitais
Pecar é errar o alvo. Eis os sintomas:
Quando seu coração está
buscando fora o que é de dentro, aparência em vez da essência, prefere o artificial, esquece do que se é, perde a naturalidade e o sentido da vida, coloca no corpo o que é do espírito, um vício no lugar de uma virtude.
Quando seu tesouro está
no orgulho: querer parecer o que não é, seu coração perde a humildade: que é saber ser filho de Deus.
Quando seu tesouro está
na inveja: que só existe por comparação, e a comparação separa; seu coração não tem mais o abraço gostoso da compaixão: que é sentir junto.
Quando seu tesouro está
na Ira, ficar fora de si e assim perder-se e perder a linha, seu coração perde a doce companhia paciência, que é a compreensão da dor, da sua dor e da dor do outro.
Quando seu tesouro está
na preguiça: não pensar, não sentir, não agir, seu coração perde a capacidade da diligência, que é ser diácono, que é fazer com amor.
Quando seu tesouro está
na ganância ou avareza, ignorar os meios e só ver os fins, seu coração perde o senso de generosidade, que é fazer parte do todo.
Quando seu tesouro está
na gula: querer engolir sem digerir, seu coração perde o prazer da temperança, que é equilibrar os temperos.
E finalmente, quando seu coração está
na luxúria, viver para os instintos, seu coração perde a exclusividade da castidade, que é ser de si mesmo e ser do marido, ser da esposa.
(sampleado da mulher do Paulo Leminski, a Alice Ruiz).
Quando seu coração está
buscando fora o que é de dentro, aparência em vez da essência, prefere o artificial, esquece do que se é, perde a naturalidade e o sentido da vida, coloca no corpo o que é do espírito, um vício no lugar de uma virtude.
Quando seu tesouro está
no orgulho: querer parecer o que não é, seu coração perde a humildade: que é saber ser filho de Deus.
Quando seu tesouro está
na inveja: que só existe por comparação, e a comparação separa; seu coração não tem mais o abraço gostoso da compaixão: que é sentir junto.
Quando seu tesouro está
na Ira, ficar fora de si e assim perder-se e perder a linha, seu coração perde a doce companhia paciência, que é a compreensão da dor, da sua dor e da dor do outro.
Quando seu tesouro está
na preguiça: não pensar, não sentir, não agir, seu coração perde a capacidade da diligência, que é ser diácono, que é fazer com amor.
Quando seu tesouro está
na ganância ou avareza, ignorar os meios e só ver os fins, seu coração perde o senso de generosidade, que é fazer parte do todo.
Quando seu tesouro está
na gula: querer engolir sem digerir, seu coração perde o prazer da temperança, que é equilibrar os temperos.
E finalmente, quando seu coração está
na luxúria, viver para os instintos, seu coração perde a exclusividade da castidade, que é ser de si mesmo e ser do marido, ser da esposa.
(sampleado da mulher do Paulo Leminski, a Alice Ruiz).
Ataque às Hordas do Poder
Ontem na sala de aula, antes de uma de exegese do Novo Testamento, perguntaram-me sobre a ‘canalhada’ promovida pelo (e no) senado sob a regência do sr. Renan Calheiros. Meus olhos chispantes e segundos de silêncio exatemático me denunciavam o ódio. Foi me subindo uma nevralgia, ânsia, ulcera, ódio e mais ódio, ódio cíclico, ódio fecundo, agindo diretamente na central do meu rancor auto-enebriante. GRRRR!!
Minha resposta foi mais ou menos assim:
Nós, os brasileiros perdemos a oportunidade da terceira parte da trilogia “Ataque às Hordas do Poder”. Primeiro ataque:
‘Presa em flagrante, mulher diz que esfaqueou ACM Neto por causa de reajuste.’
GABRIELA GUERREIRO. FELIPE NEVES da Folha Online, em Brasília e São Paulo
Minha resposta foi mais ou menos assim:
Nós, os brasileiros perdemos a oportunidade da terceira parte da trilogia “Ataque às Hordas do Poder”. Primeiro ataque:
‘Presa em flagrante, mulher diz que esfaqueou ACM Neto por causa de reajuste.’
GABRIELA GUERREIRO. FELIPE NEVES da Folha Online, em Brasília e São Paulo
A mulher que esfaqueou o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), na tarde desta segunda-feira, foi presa em flagrante e autuada por tentativa de homicídio, segundo o delegado titular do 16º DP de Salvador, Wilson Gomes. Em seu depoimento, Rita de Cássia Sampaio de Souza, 45, mencionou como razões para o ato o reajuste de 91% concedido aos parlamentares e um descontentamento geral com relação aos políticos brasileiros...O incidente aconteceu às 12h40. Segundo o delegado, Rita usou uma peixeira para agredir o deputado. O golpe foi desferido pelas costas. Ele passa bem e está em observação no Hospital da Bahia.
Queria presenciar a cena, e aplaudir de pé a postura de beatitude da dona Rita, que pra mim é uma espécie de Che e Madre Teresa, numa só pessoa. Segundo ataque:
"Tiros atingem trem com ministros ao passar por favela no Rio"
Plantão Publicada em 10/09/2007 às 14h37mReuters/Brasil Online. Por Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters)
Plantão Publicada em 10/09/2007 às 14h37mReuters/Brasil Online. Por Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters)
Um trem em que viajavam os ministros das Cidades, Márcio Fortes, e da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, foi alvo de disparos de supostos traficantes, nesta segunda-feira, na zona norte do Rio de Janeiro, depois de a comitiva ter sido alertada por policias a evitar o local.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, esteve presente à solenidade de inauguração, mas deixou o local de helicóptero e não participou da viagem de trem.
Houve tiros duas vezes na passagem do trem pela favela do Jacarezinho (zona norte), e as autoridades se jogaram no chão para se proteger, confirmou a polícia...que descartou a possibilidade se tratar de balas perdidas.
"É um absurdo o Estado não poder oferecer o próprio serviço. Não é cabível que um ministro de Estado não possa levar o serviço até aquela comunidade porque ele não pode passar ali que vai ser rechaçado a tiros", acrescentou.
"Por isso, estamos fazendo um investimento maciço no Rio para a melhoria da qualidade de vida das favelas ... de modo que se reverta esse ambiente considerado perigoso. Tem que ser um bairro como outro qualquer", acrescentou.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, esteve presente à solenidade de inauguração, mas deixou o local de helicóptero e não participou da viagem de trem.
Houve tiros duas vezes na passagem do trem pela favela do Jacarezinho (zona norte), e as autoridades se jogaram no chão para se proteger, confirmou a polícia...que descartou a possibilidade se tratar de balas perdidas.
"É um absurdo o Estado não poder oferecer o próprio serviço. Não é cabível que um ministro de Estado não possa levar o serviço até aquela comunidade porque ele não pode passar ali que vai ser rechaçado a tiros", acrescentou.
"Por isso, estamos fazendo um investimento maciço no Rio para a melhoria da qualidade de vida das favelas ... de modo que se reverta esse ambiente considerado perigoso. Tem que ser um bairro como outro qualquer", acrescentou.
Vale acrescentar que em consonância com a fala do sr. Ministro Márcio Fortes, o gov. do Rio Sérgio Cabral, exigiu uma diligência mal pensada e de estratégia atabalhoada (puro rechaço) da Força Nacional ao Jacarezinho, com o saldo inteligentíssimo de 1 morto e nenhum preso.
Eu, ingenuamente achando que os caras olhariam para suas práticas e pensariam: ...’ as pessoas estão tão descontentes...será que eu sou tão mal representante do povo assim?...’, não esperava que as autoridades agissem como ditadores que tratam o público como privado, como verdadeiros senhores-de-engenho, defendendo suas cercanias (que não são suas, são roubos e despojos latifundiários). Me lembrei de Augusto Pinochet.
A derradeira parte da trilogia ‘Ataque às Hordas do Poder’ seria com as pessoas nas ruas, desde cedo - num primeiro momento para cobrar e exigir a cassação e tramitação legítima no caso ‘Renan Calheiros’, que deveria ocorrer em sessão/votação aberta como convém à democracia – manifestando indignação pelo pacto social quebrado e corrompido por essas hordas, para então depô-las como traidores da nação. Pelo sim ou não das decisões, fecharíamos o Senado e voltaríamos pra casa orgulhosos, civilizados e honrados.
A Reserva Moral
A Reserva Moral
Certa vez, um padre-militar me disse que o exército é a reserva moral do Brasil. Achei aquela fala um tanto ríspida, porque me veio à memória, as anos de chumbo que a ditadura impingiu ao país; e que até hoje, famílias choram e sobrevivem às seqüelas de ente queridos desaparecidos.
Não. Nem o exército, nem milícia alguma pode se dá ao luxo de se afirmar como reserva, muito menos, reserva moral. Tanto é que, se assim o fosse, Davi, quando preso pelos filisteus em Gate, não teria urrado o salmo 56. Salmo este, que cabe tanto na boca do belicoso Davi, quanto na do que conspiram contra a vida em abundância prometida no evangelho de João (10.10).
A idéia de reserva moral me persegue desde então, e vez por outra me cai na cabeça blocos de respostas:
A idéia de reserva moral me persegue desde então, e vez por outra me cai na cabeça blocos de respostas:
Com o passar do tempo, observei que os “avivamentos”, eram lampejos de moralidade santa que recaiam, - como movimentos coletivos motivados pelo Espírito e canalizados pelas orações dos fiéis, - sob e sobre a igreja, ou seja, eram uma resposta ao clamor do povo.
Então, toda vez que penso em reserva moral, penso num povo clamando ao Senhor, em espírito e verdade, não em perfeição, mas em verdade como sugere Rom. 8. 22-27.
Conversando com vários amigos sobre isso, tivemos mais uma resposta sobre a reserva moral: A reserva moral sempre se dá coletividade; nos frutos do Espírito; na sinalização do reino de Deus:
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