segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O Cenário Global na Virada do Século

Comentário ao exposto por Samuel Escobar, em “O Cenário Global na Virada do Século”.
Escobar, Samuel. O Cenário Global na Virada do Século., p. 45-72, in Missiologia Global para o Séc. XXI: A Consulta de Fox do Iguaçu/William D. Taylor. Londrina: Descoberta, 2001.


Em sua parte introdutória, Escobar expôe seus pressupostos, fazendo um apanhado da cena global, e afirma que as intervenções missiológicas, podem ser vistas com entusiasmo e otimismo, e portanto positivas e paradoxais: ”(a)As estratégias científicas e tecnológicas incríveis têm passado de mão em mão com a regressão a (b)refinadas formas de crueldade e barbáries nas revoluções totalitárias e de guerras.” Ao qual eu digo foram e são ainda as ferramentas irreversíveis do capitalismo irreversível, que(a) nunca se extinguiram por completo.

“A comunicação rápida e eficiente tem tornado o planeta em uma vila global que tem passado de mão em mão com intolerância e tribalismo que impedem a coexistência pacífica de povos vizinhos seculares”. Penso que o mal da globalização é o mal que o homem faz. Herdaremos os malefícios e os benefícios desta nossa criação, que inclusive, nos recria. Portanto, culpar o pós-modernismo é indiferente: pensamos e somos repensados por nós mesmos na esfera do avanço tecnológico (capitalista).
Se, como diz Escobar, a decadência moral é subproduto do avanço tecnológico, via de regra, a superação moral, passa pelo detrimento do avanço tecnológico. O que parece impossível, pelo menos diante da nova ordem mundial, que dita as vontades políticas.

Um Evangelho Traduzível
Corroboro com o autor no tangente à afirmação de que os novos leitores não podem chegar ao texto com um vácuo e nem deve tentar isso. Vou adiante, pensando na impossibilidade disto (que vale para qualquer texto) e que por questão de justiça/honestidade, devemos expor os pressupostos e intenções. E aí sim, chegar ao texto com consciência de conceitos originários de seus passados culturais, situações pessoais e das responsabilidades aos outros. Uma vez que o Evangelho traduzível, é a teologia da preservação da vida humana e sua teo-dinâmica.

Uma igreja Global.
Colheremos os frutos e os lutos da globalização, “...as vantagens para viagem, o fluxo de informação em grande escala pela mídia, assim como os colossos movimentos de migração causado pela mudança econômica permitem aos cristãos e às igrejas no Ocidente e em todo lugar também verem e experimentar a riqueza e as variedades diversas da expressão da fé cristã...”. Há um ítem para se pensar nesta questão, que diz respeito a uniformização da cultura. O essencial cultural ocidental não está disponível, só o pop (ideologia dos meios de comunicação de massa), que é barganhada com culturas folclóricas e ancestrais (exportação exótica), ou seja, damos a capoeira ancestral, e recebemos tênis nike e bonés de basquete.

Quanto ao ‘cristianismo de raízes’, imagino que não deve ser de todo bom. Já que identificamos um estado caótico-doutrinário no cenário brasileiro, das igreja do terceiro setor. Ao que Escobar diz “A sensibilidade para esta forma de cristianismo é especialmente necessária para líderes evangélicos que têm sempre enfatizado a clara e correta expressão intelectual da verdade cristã e da racionalidade da fé cristã”, eu acrescento a inevitabilidade/irreversibilidade do ultra pentecostalismo.

Um Novo Balanço da Presença Cristã:
“Mais uma vez o cristianismo tem sido salvo pelo mundo, isto é, por sua difusão através das linhas culturais”: Não sei como a Europa ocidental é exemplo para isto.
“...o terceiro Milênio evidentemente permanecerá debaixo da liderança da Terceira Igreja, a igreja sulista (hemisfério sul)...” que é uma expansão natural da igreja , e que pode ser favorável à Teologia Social.

Uma opção missiológica:
Evangelismo de missão por ‘proximidade’, ou seja, uma cultura de intervenção evangélica, pelo seu vizinho mais similar culturalmente.


Globalização e Contextualização
Apresentados os argumento de globalização - que ao meu olhar, é uma globalização do Ocidente nihilista, onde o que organiza os periféricos é a Economia Central, via ‘nova ordem industrial midiática’ - sai-se com a pergunta: a missão cristã simplesmente deveria montar na crista da onda? Eu respondo: se o Cristianismo ainda for ideológico, não.

Estes são meus parcos comentários, de meus parcos conhecimento do assunto.

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