terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Guerra ao Crime

Quando eu disse que o 'homem-sem-Deus' era o meu problema, o Rubem (um amigo meu, você não conhece não), disse que além desse mesmo problema tinha ainda o do homem-com-Deus. Daí que ele me perguntou, 'quem é esse homem-com-Deus?'.


Eu tenho três ensaios-de-respostas, pra esta pergunta com muitas respostas.


A primeira tá lá no blog dele (www.asmuitasletras.blogspot.com) como comentário no post 'crianças e brinquedos’;

a segunda tá no meu arquivo,

e a terceira é este samba-hippie, que se pretende uma sugestão pacífica de como declarar guerra ao crime. Crime este, promovido pelo homem-sem-Deus:



Guerra ao Crime.


Vamos fazer algo especial
De manhãzinha,
Sei que não é Natal
Mas Deus nos deu um dia de surf na Prainha.


Guerra ao Crime.

Hoje à tardinha,
Sei que não é carnaval
Mas fiz um colar pra minha Gatinha.


Guerra ao Crime.

Vamos fazer algo especial

Hoje à noitinha,
Eu se que não é 07 de Setembro
Mas puxemos a máscara do Imperador!


Quebraremos.

Neoliberalismo, o Pai da Pobreza. TOMO II

A pergunta seqüente é ‘o que seria aborto terapêutico?’ As aulas em Bioética com a profa. Naara Luna me deram algumas informações, que estão linkadas com wikipedia, pra não termos dúvidas.
Denomina-se aborto terapêutico o aborto provocado (não-espontâneo) pelas seguintes motivações:
a- para salvar a vida da gestante;
b- para preservar a saúde física ou mental da mulher;
c- para dar fim a uma gestação que resultaria numa criança com problemas congênitos que seriam fatais ou associados com enfermidades graves, e
d- para reduzir seletivamente o número de fetos para minorar a possibilidade de riscos associados a gravidezas múltiplas.

Posto isso, me sinto bem tranqüilo para tomar partido com o Ortega.
Observe que não estou tomando partido do ‘sim’ contra o ‘não’. Em última instância, nem tô falando de Aborto, e sim , de Política, e Política Econômica. Só penso que o Nicaragüense tá bem razoável na sua postura.
Ele, como chefe de Estado está tomando partido da Saúde Pùblica. Ou seja, a questão moral do aborto é circunstancial e cultural, e portanto pode ser debatido no aconchego do seio famíliar. É lá que se debruça sobre as moralidades e leviandades do ato.

No Estado de Direito, não. Ortega tá é responsabilizando o Estado e sua postura política sócio-econômica (acho que a expressão é redundante), por proporcionar e estabelecer socialmente a violação dos direitos humanos e ou a degradação financeira dos países em desenvolvimentos e a legitimação do aborto.
Ora, querem falar dos direitos humanos em relação ao aborto, mas não em relação ao empobrecimento humano da globalização. Como se as duas situações nã fossem hemorragias do ‘deste’ capitalismo doente. Eu héin! Parece papo de surdo e mudo (sic).
CONTINUA.....

Neoliberalismo, o Pai da Pobreza. TOMO I

Olha que negócio lindo:

O presidente nicaragüense, Daniel Ortega, culpou o modelo neoliberal imposto pelos países desenvolvidos pela situação de pobreza na Nicarágua, durante uma reunião com 10 parlamentares europeus em que defendeu os direitos humanos e condenou o aborto.
A Nicarágua recusa o aborto, seja lá qual for a motivação.
Os parlamentares da Finlândia, Noruega, Suécia, Dinamarca e Islândia visitaram a Nicarágua com o objetivo de avaliar o desempenho das agências das Nações Unidas no país, via de regra são favoráveis ao ‘Aborto Terapêutico’. Essa é a maneira deles demonstrarem interesse pela situação dos direitos humanos na Nicarágua.

Ortega mete o pé na ferida: “- Impuseram um modelo que lança vivas ao livre mercado e no qual há uma ditadura do capitalismo global.” Ortega afirmou ainda que seu Governo defende os direitos humanos, especialmente das crianças. E acusou o capitalismo global de ser 'um grande violador dos direitos humanos'.
Clap! clap! Palmas pra Ortega!

Sobre a penalização do aborto terapêutico, ele reconheceu que o país mais preocupado com isto é a Suécia 'porque não está contente com a volta do sandinismo ao poder'. E afirmou que, segundo enquetes, 80% das mulheres nicaragüenses são contra o aborto, inclusive o ‘terapêutico’.

Bom, respiremos e prossigamos...

Primeiro, do que se trata a expressão ‘Neoliberalismo’?.
Gosto da definição do dominicano frei Beto. Aliás, leia Frei Beto, é providencial.

Beto diz que ‘o neoliberalismo é o novo caráter do velho capitalismo. Este adquiriu força hegemônica no mundo a partir da Revolução Industrial do século 19. O aprimoramento de máquinas capazes de reproduzir em grande escala o mesmo produto e a descoberta da eletricidade possibilitaram à indústria produzir, não em função de necessidades humanas, mas sobretudo visando ao aumento do lucro das empresas.
O excedente da produção e a mercadoria supérflua obtiveram na publicidade a alavanca de que necessitavam para induzir o homem a consumir, a comprar mais do que precisa e a necessitar do que, a rigor, é supérfluo e até mesmo prejudicial à saúde, como alimentos ricos em açúcares e gordura saturada.

O capitalismo é uma religião laica fundada em dogmas que, historicamente, merecem pouca credibilidade. Um deles reza que a economia é regida pela "mão invisível" do mercado. Ora, em muitos períodos o sistema entrou em colapso, obrigando o governo a intervir na economia para regular o mercado.

O fortalecimento do movimento sindical e do socialismo real, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial (1940-1945), ameaçou o capitalismo liberal, que tratou de disciplinar o mercado através dos chamados Estados de Bem-Estar Social (previdência, leis trabalhistas, subsídios à saúde e educação etc.).

Esse caráter "social" do capitalismo durou até fins da década de 1970 e início da década seguinte, quando os EUA se deram conta de que era insustentável a conversibilidade do dólar em ouro. Durante a guerra do Vietnã, os EUA emitiram dólares em excesso e isso fez aumentar o preço do petróleo. Tornou-se imperioso para o sistema recuperar a rentabilidade do capital. Em função deste objetivo várias medidas foram adotadas: golpes de Estado para estancar o avanço de conquistas sociais (caso do Brasil em 1964, quando foi derrubado o governo João Goulart), eleições de governantes conservadores (Reagan), cooptação dos social-democratas (Europa ocidental), fim dos Estado de Bem-Estar Social, utilização da dívida externa como forma de controle dos países periféricos pelos chamados organismos multilaterais (FMI, OMC etc.) e o processo de erosão do socialismo real no Leste europeu.

O socialismo ruiu naquela região por edificar um governo para o povo e não do povo e com o povo. À democracia econômica (socialização dos bens e serviços, e distribuição de renda) não se adicionou a democracia política; não nos moldes do Ocidente capitalista, mas fundada na participação ativa dos trabalhadores nos rumos da nação.

Nasceu, assim, o neoliberalismo, tendo como parteiro o Consenso de Washington - a globalização do mercado "livre" e, segundo conveniências, do modelo norte-americano de democracia (jamais exigido aos países árabes fornecedores de petróleo e governados por oligarquias favoráveis aos interesses da Casa Branca).

O capitalismo transforma tudo em mercadoria, bens e serviços, incluindo a força de trabalho. O neoliberalismo o reforça, mercantilizando serviços essenciais, como os sistemas de saúde e educação, fornecimento de água e energia, sem poupar os bens simbólicos - a cultura é reduzida a mero entretenimento; a arte passa a valer, não pelo valor estético da obra, mas pela fama do artista; a religião pulverizada em modismos; as singularidades étnicas encaradas como folclore; o controle da dieta alimentar; a manipulação de desejos inconfessáveis; as relações afetivas condicionadas pela glamourização das formas; a busca do elixir da eterna juventude e da imortalidade através de sofisticados recursos tecnocientíficos que prometem saúde perene e beleza exuberante.

Tudo isso restrito a um único espaço: o mercado, equivocadamente adjetivado de "livre". Nem o Estado escapa, reduzido a mero instrumento dos interesses dos setores dominantes, como tão bem analisou Marx. Sim, certas concessões são feitas às classes média e popular, desde que não afetem as estruturas do sistema e nem reduzam a acumulação da riqueza em mãos de uma minoria. No caso brasileiro, hoje os 10% mais ricos da população - cerca de 18 milhões de pessoas - têm em mãos 44% da riqueza nacional. Na outra ponta, os 10% mais pobres sobrevivem dividindo entre si 1% da renda nacional.

Milhares de pessoas consideram o neoliberalismo estágio avançado de civilização, assim como os contemporâneos de Aristóteles encaravam a escravidão um direito natural e os teólogos medievais consideravam a mulher um ser ontologicamente inferior ao homem. Se houve mudanças, não foi jamais por benevolência do poder’.
Ufa!
Sacou?
Entendeu a jogada?
Vamos caminhar...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Deus, o Homem e o Diabo na Terra do Sol - I Tomo.

O Homem e a dita pós-modernidade


Quero começar este ludi-ensaio, fazendo um apanhado em resumo da dita pós-modernidade, para então, me ater aos seus temas centrais nevrálgicos.

A emergência do pós modernismo (seja lá o que isso signifique, hoje) aconteceu na década de 60, afirmando-se plenamente na de 70; e é correlata ao surgimento de uma nova ordem econômica e social: pós-industrialismo ou sociedade de consumo, a sociedade da mídia e do espetáculo, ou o capitalismo multinacional.

O estabelecimento da publicidade como ‘arte oficial do capitalismo’ (Harvey) ocorrido na década de 70 promove uma troca de influências entre a arte e as estratégias publicitárias. Também foi neste período que floresceu a indústria da herança e a cultura de museu, visando a comercialização da história e de formas culturais, tendo a classe média como público alvo.

Queimado ao estopim, duas chamuscas desde barril de pólvoras aceso:

O desaparecimento de um senso de história e a transformação do significado e da própria percepção do espaço e tempo;
a celebração das ‘qualidades transitórias’ da vida moderna, com ênfase no campo da produção cultural em eventos, espetáculos, happenings e imagens da mídia.
Estes apontamentos, são temas da pós modernidade, porque estão na ordem do dia, e são sintomas, porque seus desencadeamentos são perceptíveis e palpáveis.


Deus e a reserva moral
Esta experiência temporal esquizofrênica de descontinuidade, permite uma vivência muito intensa do tempo presente:
perpétuo presente de isolamento e desconexão. Esta total aceitação do efêmero, do fragmentário, do descontínuo e do caótico, é herança do conceito baudelairiano de modernidade. Arrisco dizer, que herdamos do Cristianismo, o seu pensamento de que o ’valor’ e o ‘sentido’, não são inerentes a nenhuma ordem espacial, devendo sim, serem invocados. Esta herança me parece, de alguma forma conflitante com, ou necessariamente conflitante com a velha Teologia da Libertação ou a nova Teologia Social, que insistem em tirar Cristo da cruz, e colocá-lo no front da vida urbana. Que se faz uma atitude muito necessária, já que no Capitalismo, a única coisa que é universal é o mercado.

Partindo desta evidência, precisamos então, estabelecer uma ‘reserva moral’.
Porquê?.
Por que no capitalismo, o mercado sequer pensa esta reserva, fazendo com que a pós modernidade faça do Cristianismo uma espécie de filosofia de mega-tendência, ou seja, só mais uma das possibilidades espiritualistas vigentes.
Reserva moral aqui, é entendida como aquele ser-em-estado-de-democracia, que não sendo externo ao seu tempo, pelo contrário, não cessa de fazer as vezes de Estado, sem estabelecer compromissos vergonhosos; e para Cristianizar ainda mais o conceito, se responsabilizando pela e diante das vítimas.

No estado atual, são conflitantes as relações entre direitos humanos e capitalismo, o primeiro não nos fará abençoar o segundo; “Os direitos humanos não nos farão abençoar o capitalismo!” (Félix Guatarri, Gilles Deleuze).
No capitalismo, não pára de crescer o número de homens sem direitos - a não ser o direito de mercado, sendo ele mesmo, uma mercadoria – é necessário, então, uma reserva moral que ressuscite, celebre, invoque uma espiritualidade revitalizadora e engajada como a de Luther King (Longuini)...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Só por enquanto

Um poeta-costela-minha edita um blog delicioso chamado “Escritos & Canções”.
Lá, ele postou uma canção-poema confeccionada em quatro mãos.
Mãos minhas e suas mãos.
Pura sinergia.

http://rafaelgut.blogspot.com/

Morde e Assopra

Sabe qual é o meu problema?
O homem-sem-Deus é o meu problema!

Meu problema é que eu vejo demais pra ser cego;
Também ouço demais pra ser surdo,
Muito ideológico pra viver em paz;
Muito compassivo pra entrar em guerra!
Muito bem pra ficar louco!
O meu problema é que eu sou muito emocional pra morder,
Muito rejeitado para assoprar.
Sabe qual é o meu problema?
O homem-sem-Deus é o meu problema!

Polícia enfrenta simpatizantes da oposição nas ruas do Quênia.
O governo queniano diz que a oposição está promovendo um genocídio.
Muito compassivo pra entrar em guerra!

Ameaça ao petróleo
Maior milícia da Nigéria diz que violência vai piorar em 2008
Meu problema é que eu vejo demais pra ser cego.

Menos um processo
STJ: Marcos Valério fica livre de pena por sonegação fiscal.
Também ouço demais pra ser surdo,

Crime banal
Assaltantes matam homem por R$ 3 no Rio Grande do Sul
Muito bem pra ficar louco!

Polêmica
Tarso: Distribuir bolsas em ano eleitoral não é ilegal
O meu problema é que eu sou muito emocional pra morder,

atividades humanas
Populações de grandes mamíferos estão em queda.
Muito rejeitado para assoprar.

Sabe qual é o meu problema?
O homem-sem-Deus é o meu problema.