segunda-feira, 9 de novembro de 2009
INTELECTUAL ORGÂNICO
"Instruí-vos, porque precisamos da vossa inteligência. Agitai-vos, porque precisamos do vosso entusiasmo. Organizai-vos, porque carecemos de toda a vossa força". A. Gramsci
Marcadores:
cadu,
de volta,
ecologia,
eduardo mano e banda,
meio ambiente,
rio de janeiro,
socialismo,
verão/09
sábado, 25 de outubro de 2008
VOCÊ É UM LUGAR
Há um lugar em você, pra mimHá um lugar em mim, pra você...
Tudo que ela sempre quiz foi, Se perdoar...
Pois cansou de andar, andar, andar...e se perder
Entre noites frias das ruas da Glória e o
Cine Baronesa.
Sempre aquela solidão no ônibus,
Vendo a vida varrida de Voz;
Naquela solidão de ônibus,
Vendo a vida varrida de Nós;
Naquela solidão-de-ônibus,
Vendo a vida vazia a Sós.
Há um lugar em você, pra mim
Há um lugar em mim, pra você...
Pra voltar, voltar a ver...
Voltar à Vida...
Voltar pra Você...
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
VOCÊ É UM LUGAR
VOCÊ É UM LUGAR
"Há lugar em mim pra Você;
E há um lugar em Você pra mim;
Prá voltar, voltar a ver!
E voltar pra vida!
Voltar pra Você!"
"Há lugar em mim pra Você;
E há um lugar em Você pra mim;
Prá voltar, voltar a ver!
E voltar pra vida!
Voltar pra Você!"
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Miss Universo/2008.
“Alguns interessados em concursos de misses, outros, em tirar irmãos de debaixo das marcuses”. Black Alien
“O inferno continua sendo os outros...”
Encontro imaginário entre Sartre e Jung, quando o segundo pergunta ‘...mas e o sentimento oceânico...?. Neil Gaiman que acabara de entrar, responde:
-- O tempo é fluido por aqui – disse o demônio. Ele soube que era um demônio no momento em que ele o viu, assim com soube que ali era o inferno, não havia mais nada que um ou outro pudessem ser. A sala era cumprida, e do outro lado o demônio esperava do lado de um braseiro fumegante. Uma variedade de objetos pendiam das paredes cinzentas cor de pedra, do tipo que não pareciam sensato ou confortante inspecionar muito de perto. O pé-direito era baixo e o chão, estranhamente diáfano.
-- Chegue mais perto – ordenou o demônio – ele se aproximou.
O Demônio era esquelético e estava nu. Tinha cicatrizes profundas que pareciam ser fruto de açoites num passado distante, não tinha orelhas nem sexo, os lábios eram finos e ascéticos, os olhos condizentes com os de um demônio: haviam indo longe demais e visto mais do que deveriam. Sob aquele olhar ele se sentia menos importante que uma mosca.
--O que acontece agora? Ele perguntou.
– Agora - disse o demônio com uma voz que não demonstrava sofrimento nem deleite, somente uma horripilante e neutra resignação – você será torturado.
--Por quanto tempo? O demônio balançou a cabeça e não respondeu. Ele percorreu lentamente a parede examinando um a um os instrumentos ali pendurados. Na outra extremidade perto da porta fechada, havia um açoite feito de arame farpado. O demônio o apanhou com uma das suas mãos de três dedos e o carregou com reverência até um outro lado da sala. Pôs as pontas do arame sobre o braseiro e observou, enquanto se aqueciam.
--Isso é desumano!
--Sim.
As pontas do açoite ganharam um vasto brilho alaranjado. Quando ergueu o braço para dar o primeiro golpe, o demônio disse: ‘no futuro você sentirá saudades deste momento’...Você é um mentiroso! – disso o homem.
--Não! - respondeu o demônio - a próxima parte é ainda pior, explicou pouco antes de descer o açoite.
As pontas do açoite atingiram as costas do homem como um estalo em um chiado, rasgando as roupas caras. Elas queimavam e cortavam e estraçalhavam tudo que tocavam. Não pela última vez naquele local, ele gritou.
Havia duzentos e onze instrumentos nas paredes daquela sala e com o tempo ele iria experimentar cada um deles. Por fim, a filha do Nazareno, que ele acabou conhecendo intimamente, foi limpa e recolocado na parede na ducentésina décima posição, nesse momento, por entre lábios rachados, ele soluçou: ‘e agora?’. Agora começa a dor de verdade, - informou o demônio. E começou mesmo.
Cada coisa que ele fizera, que teria sido melhor não ter feito, cada mentira que ele contara a si e aos outros, cada pequena mágoa e todas aquelas grandes mágoas, cada uma dessas coisas foi arrancada dele, detalhe por detalhe, centímetro por centímetro, o demônio descascava a crosta do esquecimento, tirava tudo somente até sobrar só a verdade. E isso doía mais que qualquer coisa.
--Conte o que você pensou quando a viu indo embora – exigiu o demônio.
--Pensei que meu coração ia se partir.
--Não, não pensou. Contestou o demônio, sem ódio. Dirigiu seu olhar sem expressão para o homem, que se viu forçado a desviar os olhos. Pensei ‘agora ela nunca saberá que dormi com sua irmã’. O demônio desconstruiu a vida do homem, momento por momento, num instinto medonho após o outro, levou cem anos ou talvez mil. Eles haviam todo tempo do universo naquela sala cinzenta. Lá pelo final ele percebeu que o demônio tinha razão, aquilo era pior que a tortura física. Mas acabou.
Só que quando acabou, começou de novo. E com uma consciência de si mesmo que ele não tinha da primeira vez, o que de certa forma tornava tudo ainda pior. Agora, enquanto falava, ele se odiava. Não havia mentiras evasivas nem espaço para nada que não fosse a dor e o ressentimento. Ele falava. Não chorava mais. E quando terminou, mil anos depois, orou para que agora o demônio fosse até a parede e pegasse a faca de escalpelar, ou o sufocador ou a morsa.
--De novo! Ordenou o demônio. Ele começou a gritar e gritou por muito tempo.
--De novo! Ordenou o demônio, quando ele se calou como se nada tivesse sido dita até então. Era como descascar uma cebola. Dessa vez ao repassar sua vida, ele aprendeu sobre as conseqüências: percebeu os resultados das coisas que fizera, notou que estava cego quando tomou certas atitudes, tomou conhecimento das maneiras como infligira mágoas ao mundo, danos que causara à pessoas que não conhecera, encontrara ou vira. Foi a lição mais difícil até aquele momento.
--De novo! – ordenou o demônio, mil anos depois.
Ele agachou no chão ao lado do braseiro, balançando o corpo levemente, com os olhos fechados contou a história de sua vida, revivendo-a, enquanto contava do nascimento até a morte, sem mudar nada, nem omitir nada, enfrentando tudo.
Abriu seu coração.
Quando acabou ficou sentado ali, de olhos fechados, esperando que a voz dissesse ‘de novo!’. Porém nada foi dito. Ele abriu os olhos e lentamente ficou de pé. Estava sozinho.
Na outra ponta da sala havia uma porta que enquanto ele olhava, se abriu. Um homem entrou. Havia terror em seu rosto e também arrogância e orgulho.
O homem que usava roupas caras deu uns passos exitantes pela sala e parou. Ao ver o homem, ele entendeu:
-- O tempo é fluido por aqui – disse ao recém-chegado.
“O inferno continua sendo os outros...”
Encontro imaginário entre Sartre e Jung, quando o segundo pergunta ‘...mas e o sentimento oceânico...?. Neil Gaiman que acabara de entrar, responde:
-- O tempo é fluido por aqui – disse o demônio. Ele soube que era um demônio no momento em que ele o viu, assim com soube que ali era o inferno, não havia mais nada que um ou outro pudessem ser. A sala era cumprida, e do outro lado o demônio esperava do lado de um braseiro fumegante. Uma variedade de objetos pendiam das paredes cinzentas cor de pedra, do tipo que não pareciam sensato ou confortante inspecionar muito de perto. O pé-direito era baixo e o chão, estranhamente diáfano.
-- Chegue mais perto – ordenou o demônio – ele se aproximou.
O Demônio era esquelético e estava nu. Tinha cicatrizes profundas que pareciam ser fruto de açoites num passado distante, não tinha orelhas nem sexo, os lábios eram finos e ascéticos, os olhos condizentes com os de um demônio: haviam indo longe demais e visto mais do que deveriam. Sob aquele olhar ele se sentia menos importante que uma mosca.
--O que acontece agora? Ele perguntou.
– Agora - disse o demônio com uma voz que não demonstrava sofrimento nem deleite, somente uma horripilante e neutra resignação – você será torturado.
--Por quanto tempo? O demônio balançou a cabeça e não respondeu. Ele percorreu lentamente a parede examinando um a um os instrumentos ali pendurados. Na outra extremidade perto da porta fechada, havia um açoite feito de arame farpado. O demônio o apanhou com uma das suas mãos de três dedos e o carregou com reverência até um outro lado da sala. Pôs as pontas do arame sobre o braseiro e observou, enquanto se aqueciam.
--Isso é desumano!
--Sim.
As pontas do açoite ganharam um vasto brilho alaranjado. Quando ergueu o braço para dar o primeiro golpe, o demônio disse: ‘no futuro você sentirá saudades deste momento’...Você é um mentiroso! – disso o homem.
--Não! - respondeu o demônio - a próxima parte é ainda pior, explicou pouco antes de descer o açoite.
As pontas do açoite atingiram as costas do homem como um estalo em um chiado, rasgando as roupas caras. Elas queimavam e cortavam e estraçalhavam tudo que tocavam. Não pela última vez naquele local, ele gritou.
Havia duzentos e onze instrumentos nas paredes daquela sala e com o tempo ele iria experimentar cada um deles. Por fim, a filha do Nazareno, que ele acabou conhecendo intimamente, foi limpa e recolocado na parede na ducentésina décima posição, nesse momento, por entre lábios rachados, ele soluçou: ‘e agora?’. Agora começa a dor de verdade, - informou o demônio. E começou mesmo.
Cada coisa que ele fizera, que teria sido melhor não ter feito, cada mentira que ele contara a si e aos outros, cada pequena mágoa e todas aquelas grandes mágoas, cada uma dessas coisas foi arrancada dele, detalhe por detalhe, centímetro por centímetro, o demônio descascava a crosta do esquecimento, tirava tudo somente até sobrar só a verdade. E isso doía mais que qualquer coisa.
--Conte o que você pensou quando a viu indo embora – exigiu o demônio.
--Pensei que meu coração ia se partir.
--Não, não pensou. Contestou o demônio, sem ódio. Dirigiu seu olhar sem expressão para o homem, que se viu forçado a desviar os olhos. Pensei ‘agora ela nunca saberá que dormi com sua irmã’. O demônio desconstruiu a vida do homem, momento por momento, num instinto medonho após o outro, levou cem anos ou talvez mil. Eles haviam todo tempo do universo naquela sala cinzenta. Lá pelo final ele percebeu que o demônio tinha razão, aquilo era pior que a tortura física. Mas acabou.
Só que quando acabou, começou de novo. E com uma consciência de si mesmo que ele não tinha da primeira vez, o que de certa forma tornava tudo ainda pior. Agora, enquanto falava, ele se odiava. Não havia mentiras evasivas nem espaço para nada que não fosse a dor e o ressentimento. Ele falava. Não chorava mais. E quando terminou, mil anos depois, orou para que agora o demônio fosse até a parede e pegasse a faca de escalpelar, ou o sufocador ou a morsa.
--De novo! Ordenou o demônio. Ele começou a gritar e gritou por muito tempo.
--De novo! Ordenou o demônio, quando ele se calou como se nada tivesse sido dita até então. Era como descascar uma cebola. Dessa vez ao repassar sua vida, ele aprendeu sobre as conseqüências: percebeu os resultados das coisas que fizera, notou que estava cego quando tomou certas atitudes, tomou conhecimento das maneiras como infligira mágoas ao mundo, danos que causara à pessoas que não conhecera, encontrara ou vira. Foi a lição mais difícil até aquele momento.
--De novo! – ordenou o demônio, mil anos depois.
Ele agachou no chão ao lado do braseiro, balançando o corpo levemente, com os olhos fechados contou a história de sua vida, revivendo-a, enquanto contava do nascimento até a morte, sem mudar nada, nem omitir nada, enfrentando tudo.
Abriu seu coração.
Quando acabou ficou sentado ali, de olhos fechados, esperando que a voz dissesse ‘de novo!’. Porém nada foi dito. Ele abriu os olhos e lentamente ficou de pé. Estava sozinho.
Na outra ponta da sala havia uma porta que enquanto ele olhava, se abriu. Um homem entrou. Havia terror em seu rosto e também arrogância e orgulho.
O homem que usava roupas caras deu uns passos exitantes pela sala e parou. Ao ver o homem, ele entendeu:
-- O tempo é fluido por aqui – disse ao recém-chegado.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Adeus Céu Azul!
Há dez mil anos na Mesopotâmia
Um novo tipo de pensamento foi desenvolvido.
Um que envolvia uma Agricultura igualitária, e agora,
Adeus céu azul, adeus!
Nós caimos no sono, como pessoas e com animais neste Planeta.
Nós estamos aqui para ajudar este Planeta e não destruí-lo, pelo amor de Deus!!!
Eu estou enjoado e cansado da globalização desigual,
Eu estou enjoado e cansado de Fascismo!
Eu estou enjoado e cansado desse tipo de gente!
Um novo tipo de pensamento foi desenvolvido.
Um que envolvia uma Agricultura igualitária, e agora,
Adeus céu azul, adeus!
Nós caimos no sono, como pessoas e com animais neste Planeta.
Nós estamos aqui para ajudar este Planeta e não destruí-lo, pelo amor de Deus!!!
Eu estou enjoado e cansado da globalização desigual,
Eu estou enjoado e cansado de Fascismo!
Eu estou enjoado e cansado desse tipo de gente!
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Em Busca da Paz
Paz não se pede, paz se conquista
E não será com guerra pois guerra-santa não existe, não insista,
Guerra-santa, paz satânica? Acho que não!
Permita-me lembrar o que disse o homem mais notável da história da humanidade:
Eu sou a paz! Eu vo-lo dou a paz, não paz que o mundo dá mas a minha paz, aquela paz que vai além do comum entendimento!
Pois se queremos mesmo a paz, porque as armas continuam a ser fabricadas em massa em nossa era?
Eu digo: crescimento econômico não gerará paz na terra, já que a estatística do lucro não leva em conta a miséria.
Também pudera: Miséria de alma gera miséria humana.
Suponhemos, hipotéticamente, então, distribuição ecumênica de renda e informação, além de iluminar com sapiência divina parco conhecimento humano, Pois nessa época de carro na frente dos bois; supérfulo na frente, necessidade depois.
Suponhemos, hipotéticamente, então, distribuição ecumênica de renda e informação, além de iluminar com sapiência divina parco conhecimento humano, Pois nessa época de carro na frente dos bois; supérfulo na frente, necessidade depois.
Nossa capacidade de enxergar a realidade vale mais do que a riqueza de mil cidades.
(baseado em bnegão e gastón viñas)
(baseado em bnegão e gastón viñas)
sábado, 10 de maio de 2008
No Caminho Com Maiakóvski
Eduardo Alves da Costa, um poeta-visionário dos anos de chumbo tupiniquim, profetizou...
Assim como a criança humildemente afaga a imagem do herói, assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer por andar ombro a ombro com um poeta soviético.
Lendo teus versos, aprendi a ter coragem.
Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história:
Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada. Na Segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correma ninguém é dado repousar a cabeça alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz; e nós, que não temos pacto algum com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto a ousadia me afogueia as faces e eu fantasio um levante; mas amanhã, diante do juiz, talvez meus lábios calem a verdade como um foco de germes capaz de me destruir.
Olho ao redor e o que vejo e acabo por repetir são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe e a propaganda lhe destrói a consciência. A mim, quase me arrastam pela gola do paletó à porta do templo e me pedem que aguarde até que a Democracia se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei, porque não estou amedrontado a ponto de cegar, que ela tem uma espada a lhe espetar as costelas e o riso que nos mostra é uma tênue cortina lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo e não os vemos ao nosso lado, no plantio.
Mas ao tempo da colheita lá estão e acabam por nos roubar até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso defender nossos lares mas se nos rebelamos contra a opressão é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo, por temor aceito a condição de falso democrata e rotulo meus gestos com a palavra Liberdade, procurando, num sorriso, esconder minha dor diante de meus superiores.
Mas dentro de mim, com a potência de um milhão de vozes, o coração grita - MENTIRA!
Assim como a criança humildemente afaga a imagem do herói, assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer por andar ombro a ombro com um poeta soviético.
Lendo teus versos, aprendi a ter coragem.
Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história:
Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada. Na Segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correma ninguém é dado repousar a cabeça alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz; e nós, que não temos pacto algum com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto a ousadia me afogueia as faces e eu fantasio um levante; mas amanhã, diante do juiz, talvez meus lábios calem a verdade como um foco de germes capaz de me destruir.
Olho ao redor e o que vejo e acabo por repetir são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe e a propaganda lhe destrói a consciência. A mim, quase me arrastam pela gola do paletó à porta do templo e me pedem que aguarde até que a Democracia se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei, porque não estou amedrontado a ponto de cegar, que ela tem uma espada a lhe espetar as costelas e o riso que nos mostra é uma tênue cortina lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo e não os vemos ao nosso lado, no plantio.
Mas ao tempo da colheita lá estão e acabam por nos roubar até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso defender nossos lares mas se nos rebelamos contra a opressão é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo, por temor aceito a condição de falso democrata e rotulo meus gestos com a palavra Liberdade, procurando, num sorriso, esconder minha dor diante de meus superiores.
Mas dentro de mim, com a potência de um milhão de vozes, o coração grita - MENTIRA!
Assinar:
Postagens (Atom)